Minorias Sociais
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Domicílio (PNAD), pouco mais da metade dos 200 milhões de habitantes do Brasil são mulheres. Desse total, 53,6% se autodeclararam negras ou pardas.
Apesar de serem a grande maioria populacional no país, mulheres e negros – junto com povos indígenas, deficientes, homossexuais, travestis e transgêneros, entre outros – são considerados minorias na sociedade.
Minorias sociais são definidas como grupos marginalizados dentro de uma sociedade devido aos aspectos econômicos, sociais, culturais, físicos ou religiosos, de gênero ou orientação sexual.
Não são minorias porque são poucos, mas porque possuem poucos direitos garantidos, pouca representatividade nas instâncias de poder e pouca visibilidade no cenário social.
São sujeitos que em uma sociedade possuem pouca ou nenhuma voz ativa para intervirem nas instâncias decisórias de poder. São resultado do processo histórico brasileiro.
Um estudo sobre perfil social, racial e de gênero, divulgado em maio de 2016 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Ethos, mostra que apenas 4,7% dos cargos de alto escalão das 500 maiores empresas do Brasil são ocupados por negros e 13,6% por mulheres.
O estudo demonstra ainda que entre as empresas que buscam promover ações afirmativas de inclusão das minorias sociais, 43,1% têm políticas voltadas para pessoas com deficiência; 28,2% para mulheres; e somente 8% para negros.
No campo político a representatividade das minorias sociais também é mínima. Nas eleições de 2014, das 513 vagas disponíveis para deputados federais, 51 foram ocupadas por mulheres, ou seja, apenas 9,9%. Já no Senado, foram escolhidas cinco mulheres entre as 27 vagas disponíveis. Com isso, a Casa passou a ter 11 senadoras de um total de 81 vagas, o que representa 13,6%.
Movimentos sociais
As lutas sociais e articulação das minorias em movimentos sociais, ativismos e coletivos constituem a transformação para que estas tenham mais representatividade nos espaços políticos, econômicos e culturais.
Os movimentos organizados já conquistaram alguns avanços no que se refere aos direitos das minorias. A Lei Maria da Penha é uma dessas conquistas, mas ainda há muito que se fazer em pleno século 21 contra a cultura do estupro e a violência de gênero, principalmente por sabermos que o Brasil está em 5º lugar no ranking mundial em que mais mata mulheres.
A aprovação de leis que tornaram crimes os atos de intolerância, discriminação ou de preconceito por sexo, orientação sexual e identidade de gênero e também de racismo foram grandes conquistas, mas estas mazelas ainda estão presentes com muita força no Brasil.